terça-feira, 27 de abril de 2010

Eu menino

Achei que tinha perdido entre as minhas terras vividas,
como quem vive uma vida curta,
e já nem me lembrava mais,
que em cada palavra eu deixava todo o desejo de uma noite não dormida,
nem me lembrava,
que havia falado de uma paixão em mim que já não conhecia,
que havia dito, tantas vezes, de uma vontade que transbordava,
que havia sido inocente como menino.

Mal lembro do tempo desde aqueles dias...
fui me perdendo.

Te escuto, e saboreio
sua voz me contagia de você,
te vejo, agora, trazendo a sua chuva doce pra mim.

Eu sei,
aprendi a desconfiar do amor
e o seu é tão de graça
que me inibe e me confunde e me comove
e não há maneira de não me molhar,
de não prever o mergulho,
de estar calado e seco dessa água.

Achei que tinha perdido,
achei!
pensei que tinha deixado pra trás...
mas eu continuo aqui,
meninamente,
bolindo com o meu sangue
ansioso por noites não dormidas
transbordando ainda em mim!

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