quinta-feira, 24 de junho de 2010

Seu sabor

Passo eternamente a língua entre meus dentes, saboreio devagar a textura úmida cortando a volúpia de seu gosto ainda em meus lábios, engulo seu sabor a toque áspero de minhas mãos e parto outra vez a comer-te inteira com a mordedura de meus olhos em seu corpo, essa fresta de corpo escapando fugaz entre suas roupas me ferve o sangue e transforma os meus dedos em sexo, meu corpo todo em prazer premeditado, anunciando em voz baixa a nudez demorada de toda a sua sensualidade sórdida esperando o toque de minhas mãos, a mordida violenta de minha boca; vou te despindo lentamente, reconhecendo no meu paladar a delícia dessa parte inconcebível existindo entre seu colo e seus seios, cravo meus dentes, escuto minimamente seu grito de prazer e me perco, pequeno como uma semente, plantado em você, e num mesmo corpo extasiado, sendo nós e eu mesmo, morro, entregando-te meus fluídos e minha alma em devaneio.